Ou seja, esta aqui criou um blog com a intenção de gritar aos quatro ventos internéticos tudo o que tinha pra dizer, disse metade e abandonou o resto a própria sorte. O pior nem é isso, "O quê me vem à cabeça" fez jus ao nome, cada vez mas incoerente, mais íntimo e sem alcançar objetivo pré-definido. Ou seja, em dois anos eu viajei muito na maionese (alguém ainda fala isso?) e acabei destruindo meu blog...
O que fazer agora? "Mata-lo" grita minha veia assassina, mas ainda resta um pouco de compaixão no meu coraçãozinho (blah!) e não tenho coragem de sacrificar O quê me vem à cabeça assim, sem um bom motivo. Por isso, por um tempo (indeterminado) o blog ficará sem atualizações, enquanto eu atualizo meu sistema operacional, formato minha vida, eliminando todos os vírus que estão me deixando assim tão sem motivação.
Mas por enquanto, vamos comemorar o aniversário dos pensamentos malignos. Abaixo um texto gentilmente escrito pelo meu amigo Henrique Abrantes (has02.blogspot.com.br).
Natalício
Hoje o blog “O que me vem á cabeça” assume um tom de seriedade, só por hoje, colocaremos aquele terno guardado há muito tempo que só servia de moradia para as traças e o mofo. Seguiremos para a grande “festa” em comemoração ao segundo aniversário do blog. Não foram tempos fáceis e cada vez mais percebo o quanto esta função é ingrata, mas agora não é hora para lavar a roupa suja então foda-se o passado e vamos para a porra da filosofia.
O que seria o aniversário se não a confirmação de que o tempo não para, seja como for quem for ou á onde estiver o tempo te alcança, porque na verdade ele nunca se distância. Mas o tempo nos trás muito mais que simples perspectivas sensoriais e só o percebemos quando por alguma razão sentimos e necessidade de modifica-lo.
Nostalgia, voltar nunca será possível e a ínfima ilusão de uma possível regressão já nos basta. A cada ciclo de tempo nós mudamos, as espinhas se afloram e desaparecem, amadurecemos. E não poderia ser de outra forma.
Dormindo sobre pensamento que nos elevam e nos transportam para além do imaginável, sonhamos com as possibilidades não vividas, oportunidades perdidas e amores não sentidos. Como velhos a beira da morte… estamos introspectivos.
Regredir ao passado não é possível sem viver o presente, imaginar o futuro não é possível sem que haja um pingo de esperança. A morte seria o fim de tudo o que nem sabemos ao certo, essa metamorfose nos enlouquece e nos transforma. Diante de tantas possibilidades sempre ficamos tendenciados a não fazer escolha alguma e nos deixar levar pelas arestas que se formam aos nossos pés. Doentes, nos sentimos. Como de cãs, nos imaginamos. Refletimos sobre tudo aquilo que esperávamos mais que apenas esperávamos.
Nesse processo, árduo, há muitas dúvidas e uma única certeza: seja como for o tempo vai passar.